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Mostrando postagens de janeiro, 2023

O Profeta - Khalil Gibran

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  E uma mulher que segurava um bebê junto ao peito disse: fale sobre os filhos. E ele falou: Seus filhos não são seus filhos. São filhos e filhas do anseio da Vida por si mesma. Eles vêm por meio de vocês, mas não de vocês, E, embora vivam junto de vocês, não lhes pertencem. Podem lhes dar seu amor, mas não seus pensamentos, Porque têm seus próprios pensamentos. Vocês podem abrigar seus corpos, mas não suas almas, Porque suas almas habitam a morada do amanhã, onde vocês não podem visitar nem mesmo em sonho. Podem se esforçar para ser como eles, mas não busquem torná-los como vocês. Porque a vida não volta para trás nem demora com o ontem. Vocês são os arcos pelos quais seus filhos são lançados ao longe como flechas vivas. O arqueiro vê o alvo no infinito, e puxa com força cada flecha para que ligeira voe longe. Deixem-se na mão do Arqueiro por boa vontade; Porque assim como Ele ama o voo da flecha, também ama o arco que é estável.

A Liberdade

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E um tribuno disse: “Fala-nos da liberdade.” E ele respondeu: “Às portas da cidade e em vossos lares, eu vos vi prosternar-vos e adorar vossa própria liberdade, como escravos que se humilham perante um tirano e glorificam-no embora ele os destrua." "Sim, na alameda do templo e à sombra da cidadela, tenho visto os mais livres dentre vós carregar sua liberdade como um jugo e um grilhão." "E meu coração sangrou dentro de mim; pois só podereis libertar-vos quando até mesmo o desejo de procurar a liberdade tornar-se um jugo para vós, e quando cessardes de falar da liberdade como de uma meta e de um fim." "Sereis, na verdade, livres, não quando vossos dias estiverem sem preocupação e vossas noites sem necessidades e sem aflição, mas, antes, quando essas coisas sobrecarregarem vossa vida e, entretanto, conseguirdes elevar-vos acima delas, desnudos e desatados." (...) "Na verdade, o que chamais de liberdade é a mais forte dessas cadeias, embora seus anéi...

O Sábio e os Cegos.

 Um sábio cruzou-se, um dia, nos arredores de uma velha cidade do Oriente, com um grupo de cegos que tagarelavam, batiam com os pés, se descompunham, em grande algazarra. — É um pilar! — afirmava um deles. — Nada disso! Nada disso! É um tapete! — garantia o outro. — Imbecis! — berrava um terceiro. — Vocês não perceberam nada: é um tubo! Estalavam os insultos e as afirmações contraditórias. — Miseráveis ignorantes! Pois eu digo-vos que é uma parede!... — Uma estátua!... — Um ramo!... — Um regador!... Que grande gritaria! O sábio aproximou-se e procurou acalmar os espíritos, para se fazer ouvir. — Nenhum de vocês tem razão — explicou. — O objeto das vossas discussões infantis é, na realidade, um elefante, mas conforme lhe tocais numa orelha, na tromba, numa das patas, etc, assim vos persuadis de segurar, este aqui, um tapete, o outro, um tubo, o outro ainda, um pilar, e assim por diante... A maior parte dos cegos não acreditou nele, e continuaram a discutir uns com os outros. Entende...