O Perdão.

Perto de Tóquio, Vivia um grande samurai, já idoso, que se dedicava a ensinar o zen-budismo aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta. Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrota-lo. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre.

Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se. Desapontados pelo fato de que o mestre aceitara tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: "Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, em vez de se mostrar covarde diante de todos nós?"

"Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?", perguntou o samurai. "A quem tentou entrega-lo", respondeu um dos discipulos. "O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos", disse o mestre. "Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava."

A HISTÓRIA DOS DOIS VIDENTES

Pressentindo que seu pais em breve iria mergulhar numa guerra civil, o sultão chamou um dos seus melhores videntes e perguntou quanto tempo ainda lhe restava viver.

"Meu adorado mestre, o senhor viverá o bastante para ver todos os seus filhos mortos." Num acesso de fúria, o sultão mandou imediatamente enforcar aquele que proferira palavras tão aterradoras. "Então, a guerra civil era realmente uma ameaça!" Desesperado, chamou um segundo vidente. "Quanto tempo viverei?", perguntou, procurando saber se ainda seria capaz de controlar uma situação potencialmente explosiva. "Senhor, Deus lhe concedeu uma vida tão longa, que ultrapassará a geração dos seus filhos e chegará à geração dos seus netos."

Agradecido, o sultão mandou recompensá-lo com ouro e prata. Ao sair do palácio, um conselheiro comentou com o vidente: "Você disse a mesma coisa que o adivinho anterior. Entretanto, o primeiro foi executado e você recebeu recompensas. Por quê?"

"Porque o segredo não está no que você diz, mas na maneira como diz. Sempre que precisar disparar a flecha da verdade, não esqueça de antes molhar sua ponta num vaso de mel."


O Garotinho e o Anciao.


O garotinho disse, "Algumas vezes eu deixo cair minha colher."

Disse o anciao, "Eu faco isso tambem."

O garotinho sussurrou, "Eu faco pipi nas calcas."

"Eu tambem," riu o anciao.

Disse o garotinho, "Eu frequentemente choro."


O anciao concordou, "Eu tambem."

"Mas o pior de tudo," disse o garotinho, "parece

que os adultos nao prestam atencao ao que falo."

E ele sentiu um abraco forte.

"Eu sei o que voce quer dizer," disse o anciao.


A SUSPEITA QUE TRANSFORMA O SER HUMANO

O folclore alemão conta a história de um homem que, ao

acordar, reparou que seu machado desaparecera. Furioso,

acreditando que seu vizinho o tivesse roubado, passou o resto

do dia observando-o.


Viu que tinha jeito de ladrão, andava furtivamente como

ladrão, sussurrava como um ladrão que deseja esconder seu

roubo. Estava tão certo de sua suspeita, que resolveu entrar em

casa,trocar de roupa e ir até a delegacia dar queixa.

Assim que entrou, porém, encontrou o machado que sua

mulher havia colocado em outro lugar. O homem tornou a sair,

examinou de novo o vizinho e viu que ele andava, falava e se

comportava como qualquer pessoa honesta.


A NOSSA PARTE

Um poeta foi para sua casa de praia buscar inspiração para escrever um novo livro. Seu hábito era passear pela areia toda manhã e a tarde escrevia.

Numa dessas caminhadas visualizou ao longe, um jovem que se abaixava, apanhava alguma coisa na areia e a arremessava ao mar. No dia seguinte, em seu passeio, observou novamente o poeta o jovem a repetir a mesma cena da manhã anterior. Abaixava-se, apanhava algo na areia e arremessava ao mar. Na terceira manhã, ante a repetição das mesmas cenas, o poeta, intrigado, achegou-se ao jovem e perguntou:

- O que fazes meu jovem?

- Estou jogando essas estrelas-do-mar de volta ao oceano para elas não morrerem na praia - respondeu o jovem.

- Mas porque você faz isso se milhões de estrelas-do-mar estão morrendo nas areias nesse momento e não vai fazer nenhuma diferença você salvar uma, duas ou três delas?

Ao que o jovem respondeu:

- Para essas duas ou três faz muita diferença.

A partir desse dia, toda manhã um jovem e um poeta ocupavam parte do seu tempo arremessando de volta ao mar, estrelas-do-mar.


As tres peneiras


Olavo foi transferido de projeto.

Logo no primeiro dia, para fazer media com o novo chefe, saiu se com esta:

- Chefe, o senhor nem imagina o que me contaram a respeito do Silva.

Disseram que ele ...

Nem chegou a terminar a frase, Juliano, o chefe, aparteou:

- Espere um pouco, Olavo. O que vai me contar ja passou pelo crivo das tres

peneiras?

-Peneiras? Que peneiras, Chefe?

- A primeira, Olavo, e a da VERDADE. Voce tem certeza de que esse fato e

absolutamente verdadeiro?

- Nao. Nao tenho, nao. Como posso saber? O que sei foi o que me contaram .

Mas eu acho que...

E, novamente, Olavo e interrompido pelo chefe:

- Entao sua historia ja vazou a primeira peneira. Vamos entao para a segunda

peneira que e a da BONDADE. O que voce vai me contar, gostaria que os outros

tambem dissessem a seu respeito?

- Claro que nao! Deus me livre, Chefe!- diz Olavo, assustado

- Entao, - continua o chefe - sua historia vazou a segunda peneira.

Vamos ver a terceira peneira, que e a da NECESSIDADE. Voce acha mesmo

necessario me contar esse fato ou mesmo passa-lo adiante?

- Nao chefe. Passando pelo crivo dessas peneiras, vi que nao sobrou nada do

que eu iria contar - fala Olavo, surpreendido .

- Pois e Olavo. Ja pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos

usassem essas peneiras?- diz o chefe sorrindo e continua:

- Da proxima vez em que surgir um boato por ai, submeta-o ao crivo dessas

tres peneiras: Verdade - Bondade- Necessidade, antes de obedecer ao impulso

de passa-lo adiante, porque:


PESSOAS INTELIGENTES FALAM SOBRE IDEIAS

PESSOAS COMUNS FALAM SOBRE COISAS

PESSOAS MEDiOCRES FALAM SOBRE PESSOAS


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